Ao pessoal que me pergunta sobre meu(s) livro(s),
quando vai sair.. O mercado editorial brasileiro é algo complicado.
Para "conversar" com um possivel autor, uma editora prefere
que o sujeito tenha: uma idéia boa, descrita objetivamente (coisa já
difícil para quem está começando), vivência da internet (para
divulgar o livro - preferência com blog de bastante audiência e/ou
twitter idem - Bruna Surfistinha lembra alguma coisa?), capacidade e
interesse em fazer todo o trabalho de divulgação (pode ter o prêmio
que for, editora não quer gastar em divulgação), público alvo
definido e vasto, desencano em relaçao aos ganhos financeiros (ja
que a opinião geral é que no Brasil, só depois do 3o ou 4o livro
se ganha dinheiro - se acontecer de ganhar). Se numa conversa, o
possivel autor tem tudo isso, as editoras topam conversar. Saiu
disso, so gente com experiencias de vida ou de carreira que sugiram
sucesso (vide biografia do Roberto Carlos, do irmao da Madonna ou ser
mineiro sobrevivente daquela mina soterrada no Chile). E livro que
realmente vende no Brasil, é auto-ajuda, fantasia (escrever sobre
vampiros ou anjos) ou .. política brasileira explicadinha. Esses daí
são fáceis de interessar um editor.
Ah, sim. Isso aí é porquê eu tava passando essa dica para outra
pessoa, aproveitei como post. Não quer dizer que já não conversei
e não tenho editores interessados num livro meu. Estou adiando
porquê tem mais coisa ainda que não escrevi acima, a questão do
contrato de edição. Se vc tem um material de sucesso na mão, um
mau contrato é quase o mesmo que vender sua alma. As vezes é melhor
não publicar..
Por exemplo, o filme “A
primeira noite de um homem”, (The Graduate) um dos filmes mais
assistidos do anos 60 e 70, foi baseado num livro escrito em 1963.
Porque o autor nunca publicou uma sequencia? Porque quando ele vendeu
os direitos do livro, vendeu tambem os direitos sobre a sequencia.
Então ele não ganharia mais nada com o personagem que foi um dos
maiores sucessos daquela época. Vide
http://en.wikipedia.org/wiki/The_Graduate#Possibility_of_sequel
Shere Hite, autora do
livro Relatório Hite, um ícone da chamada “revolução sexual”
dos 60 e 70, da geração pós-pílula, recebeu somente 25 mil
dólares pelo livro (que rendeu um absurdo de dinheiro fantástico).
E contrato nos EUA (ou até no Brasil) é contrato.
Um dia experimento escrever um livro sobre que
aprendi pensando em escrever livro...